sábado, 10 de novembro de 2007

em chamas


Tom Zé não existe. A não-palestra/show de ontem foi uma das coisas mais alucinadas que já vi. Ele simplesmente não conclui um raciocínio, parece não falar coisa com coisa, mas no fim tudo faz muito sentido.

A apresentação teve vários pontos altos (quem não conseguiu senha pode ver uns vídeos no [hotsite]), mas duas coisas me chamaram mais a atenção. Uma delas foi o público, uma média de 25 anos. Realmente me surpreendeu não ver quase ninguém da geração do Tom - criada ao som de suas músicas. Acho bom, mostra que ele é um artista com a obra ainda jovem e que faz todo o sentido hoje em dia.

Outra coisa que achei massa foi ele ter contado a história que, no início da Tropicália, a ditadura não dava lá muita bola pros baianos (Além do próprio Tom, Gil, Caetano, Gal) por considerar que suas músicas eram jingles de rádio. "O grande lance era pegar o Geraldo Vandré", disse . "Os milicos achavam aquela nossa coisa de 'piscina, margarina e gasolina' algo inocente". Mal sabiam eles que, anos depois, o Brasil viveria essa fase de democracia, liberdade e banalização do consumo... de piscinas, margarinas e gasolinas.

Tom Zé, com 71 anos, ainda é um passo pro futuro.

Um comentário:

Geraldo Barboza disse...

Concordo. O show/palestra/bate-papo o que vc quiser, foi muito legal. na verdade, uma pureza e uma indignação violenta. o pensamento único do Tom Zé é instigante. Vida longa ao Tom.
Geraldo Barboza